Meu mundo sem USB

Estou pasmo. Sem internet há mais de 3 dias, recorro à web apenas no trabalho. Para complicar, meu celular molhou e não funciona mais. Estou órfão da tecnologia, que, em muitas vezes, foi minha salvaguarda. Agora, me contento até sábado com um celular que não faz meu tipo, por ser um tanto difícil de se mexer. Perdi minha agenda de contatos, e, com ela, uma parte de mim. A sorte é que recupero isso logo.

O que aconteceu com as nossas vidas? Cadê os bonecos "Comandos em ação"? Não vai demorar até essa cena crescer mais.

Vai ter um momento em que nós, humanos cibernéticos, iremos aprender por meio da tecnologia. Colocaremos um tipo mais aperfeiçoado de pen drive na nuca e escolheremos o que quisermos acolher de informação. Ler jornal será do mesmo jeito. "Querida, me traga o jornal de hoje". "Sim, querido". O diálogo pode retroceder aos dias atuais, mas a cena do filme seria de uma mulher entregando um tipo de cápsula informativa a um homem. Ele, mais uma vez, colocaria a tal cápsula na entrada USB de sua nuca e assim leria os mais diversos jornais do mundo.

Seríamos poliglotas. Não haveria mais falta de comunicação. Até o amor seria um software incorporado aos nossos corações eletrônicos. "Compre agora o mais novo programa Amor XP. Ele vem com variações no tipo de paixão e com correções de bugs anteriores". Ah, esses programadores! Já notou que estamos em um vórtice e sendo sugados para o mundo dos "nerds". Até o nome deles mudou: "geeks". Os nerds estão mais descolados. E, discretamente, fazem um mundo cheio de tecnologias. E assim, vamos tornando eles os maiorais. Pode?

Pode, sim. E é bem feito para nós, que não aprumamos nosso faro às maravilhas tecnológicas. Bem feito para nós, que ríamos daqueles que montavam robôs e eram excluídos das rodas sociais quando pequenos - enquanto nós brincávamos de bafo ou bolinha de gude. Eles choravam por fora, e bolavam planos maquiavélicos por dentro.

Maluquices à parte, considero este avanço tecnológico uma coisa natural do mundo. É a evolução, como diria Darwin. O maior problema é que o computador, por exemplo, está 25h presente nas nossas vidas. Trabalhamos com ele, ou com um periférico tecnológico semelhante. Chegamos em casa e vamos direto acessar o orkut, msn, skype, e outras rede sociais.

Em vez de o computador fazer parte das nossas vidas, nossa vida faz parte do computador. É uma lógica inversa. A dependência prejudica e muito. Mas, pensemos, o que nos resta?

Não nos resta nada. Apenas temos que nos conformar com tudo isso e entrar de vez no mundo tecnológico. Devemos nos tornar geeks, com nossos pen drives em punho no lugar de espadas, nossos antívirus no lugar de escudos etc.

Afora estes pensamentos, só quero voltar a ter vida no orkut.

1 comentários:

Unknown disse...

Mas aaaaahhhhh índio véio....
ta escrevendo bonito pra caramba heim!?!?!?
Parabéns brother, tudo de bom pra vocÊ ! ! !
Sucesso ! ! !!
Abraço!!!