Não se tem mais medo de aranhas, mas sim o "medo" de se falar ao celular. Não se tem mais medo do tal do "bicho-papão", mas sim do "pishing" virtual. Nosso mundo gira ao redor do mundo virtual. Porém, como uma sociedade primitiva, resistimos à sinergia com o paralelo de lá. Ainda não fomos englobados pela massa tecnológica. Graças a Deus. Aqueles que criam artifícios tecnológicos para evitar o contato pessoal não pensam no que essas geringonças podem gerar. Imagine tu com 60 anos. Teu filho dirá:
- Pai, arranjei uma namorada!
- Que bom, meu filho. Traga ela para nós a conhecermos.
- Não vai dar, pai. Somos namorados virtuais. Ela mora no Canadá.
Pensou nisso? É a ponta do iceberg. Esta ânsia de escrever sobre isso, esta nostalgia toda, se deve a uma pessoa. Minha amiga Carol Cottens escreveu sobre como nossa vida está afetada com as tecnologias em seu blog. Vale conferir: Blog da Carol.
Esta ponta do iceberg que me faz cada vez mais querer sair às ruas, sem medo da criminalidade crescente hoje em dia. A maioria das pessoas prefere a reclusão social. Depois de serem assaltadas, as pessoas tendem a evitar uma possível saída à rua. Garanto que o assalto em si foi apenas um agravante da já requerida reclusão pela "vítima".
Imagine as compras sendo feitas pela internet (submarino, americanas, amazon, etc.), imagine o fim das salas de aula (Educação à distância), imagine o fim dos encontros sociais (msn, orkut, secondlife, facebook etc.). Tudo está em voga hoje. O que nos prende ao mundo do contato físico ainda é a nossa primitividade.
Ainda somos aqueles barbudos que assistimos em documentários, bradando palavras de ordem ao seu bando: Uga-Buga!As fobias mudaram. O mundo mudou. Tudo mudou. O que continua é a necessidade do ser humano de se mostrar. Convenhamos que isso é muito chato virtualmente. O melhor é ao vivo. O melhor é receber aquele tapa nas costas e aquele abraço dos amigos ao dizer que foi promovido. Quer coisa melhor que sentir a respiração dela em seu pescoço? Quer coisa melhor que sentir os lábios amaciados e molhados dela? Não existe. Se há alguém que diga o contrário, desafio a provar que já teve contato (sem ser pelo msn) com uma pessoa alguma vez em sua vida. Acorda-te.
O ser humano já saiu da caverna de platão. Abrimos os olhos já faz muito. Estamos nos acostumando com a luminosidade ainda.A cidade é tecnófila, as pessoas são tecnófobas. Aí está a tal da caverna. Há um lado bom de ainda ser tecnófobo: tu estás indiferente às mudanças no mundo e se preocupa apenas com sua vida (se é que pode ser chamada assim).
Em dias atuais, as crianças já nascem com entrada USB e com um HD maior que seus pais. Não podemos é ser incorporados pela máquina. Não devemos nunca deixar de bradar aos sete ventos nossa primitividade: Uga-Buga!
Ouvindo: Virtual Insanity, Jamiroquai (clique no play para ouvir)
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2 comentários:
Realmente hoje o mundo está muito virtualizado!E coisas simples como um abraço de amigo estão sendo esquecidas e banalizadas.Hoje o mais importante está em quantos amigos se tem no orkut!!E cá entre nós isso não vale nada!!Maravilhoso o texto, condiz muito com o que vem acontecendo com as pessoas e com o que pode acontecer!AMEI....
Ah, muito bom o texto!
Cada vez mais as pessoas se escondem atrás de computadores e nem percebem o que tá lá fora, no mundo real, esperando por elas! A vida fora da caverna pode ser muito mais divertida ;) beijão!
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