Chuva de verão

Os pingos que caem do céu batem em meu corpo como um aviso. Eles me dizem que estou vivo, que não sou um andarilho morto-vivo, daquele tipo sem expressão e sentimentos nenhuns. Passo a mão pelo cabelo encharcado e percebo a maciez dos fios molhados. A chuva de verão vem no lugar da tempestade de inverno.

A diferença é que uma renova e a outra te suga. No verão, tomamos banho de chuva por ser renovador. Já no inverno, usamos guarda-chuvas para que os pingos não peguem um pouco de nossa alma.

Não é feliz aquele que usa guarda-chuva ou se proteje em dia de chuva no verão.

O Sol, aliado a alguns fatores, exprime toda a vitalidade que é esta estação. Não por menos, a Lua faz seu papel: relaxa o ser humano. Nessa probabilidade, podemos entender o mundo como feito de coisas únicas e não de pares.

A Lua é somente uma e não o par do Sol. Se assim fosse, tiraríamos a singularidade de cada. Por que dizer que temos de encontrar a alma gêmea se esta não existe? Os pares não se alinham mais, pois a máxima está correta: cada um com sua individualidade.

Então, por isso que podemos afirmar que a Lua se aproveita do Sol, tanto quanto o Sol se aproveita da Lua. A perfeita sincronia destes dois astros nos mostram a verdade. Nos mostram que é possível ser um só e ser dois ao mesmo tempo.

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